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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

PASTOR NÃO FECHA IGREJA, O POVO FECHA A IGREJA

Isso é o que vejo em 90% dos pastores.

Por que “fechei” a igreja?

Fechei por falta de dinheiro para manter minhas despesas mensais; (água, luz, aluguel, mercado, transporte e o básico para sobreviver);

Fechei por não ter pessoas com maturidade suficiente para nos ajudar ministerialmente;

Particularmente, precisei me dividir para cuidar do problema de saúde da minha esposa, da minha família no geral do ministério. Mais uma vez digo: sem recursos financeiros não tem como ter paz de espírito para cuidar de pessoas, pode até fazer, mas faz pelo oficio de ser pastor.

Por fim chega ao esgotamento espiritual, onde é preciso escolher do que vai abrir mão: da família, da própria vida ou do ministério, eu escolhi do ministério em Natal, para preservar minha própria vida e da minha família.

Não dividi/rachei com nenhum ministério para ter o meu, tive a oportunidade de assim fazer, mas disse para alguns que poderiam ter me acompanhado que eles deveriam ficar onde estavam e eu deveria ir em busca de vidas que estavam afastadas do evangelho e outras que nunca tinham aceitado a Jesus. É este o trabalho que está sendo feito em Ceará-Mirim e que foi feito em Natal. São pessoas que além de humildes 90% são pobres financeiramente. 

Quando alguém vem de outro ministério, já pergunto o motivo, se conta problemas com outros membros ou pastores, procuro deixá-lo em observação por alguns meses até que eu possa ver realmente quem está falando a verdade. Sei que tem muitos pastores que também não dão chances para seus liderados trabalhar em parceria. São verdadeiros centralizadores e acabam perdendo suas ovelhas.

Durante meus nove anos como pastor, vi pessoas sendo abençoadas financeiramente e saindo da igreja, pessoas estas que poderiam ter continuado conosco para fazer o ministério crescer como é o pensamento e a vontade de todo pastor.

Realizei quase 50 batismo em águas, 9 casamentos religiosos com efeito civil, Criei a ESP Escola Semeando a Palavra, com o objetivo de ensinar a Bíblia Sagrada, vidas deixaram o caminho da marginalidade, realizamos aniversário para quem nunca teve uma festa de aniversário, tantas outras coisas que ocuparam nosso tempo que esquecemos de nós mesmos e rejeitamos propostas de trabalhar fora do estado, por acreditar que às pessoas beneficiadas no nosso ministério iriam corresponder no momento certo. Mas na verdade responderam com ingratidões.

Quem morava de aluguel agora tinha uma casa própria e não era uma casa onde teria que pagar por 10,20,30 anos é própria mesmo. De posse da casa própria agora adquiriram um terreno e estavam construindo outra e não tinham como ajudar financeiramente na obra do Senhor. 

Quem não sabia ler adquiriu conhecimento para abrir o próprio negócio e não tinha mais tempo para estar na obra do Senhor por estar ocupado demais se acumulando de trabalhos para ter mais dinheiro.

Uns conseguiram empregos, compraram computadores, roupas de marca, faziam cursos em escolas particulares, viagens, pacotes de internet e coisas que alimentam o ego e já não tinham como contribuir com a obra.

Outros entraram em academias e cultuaram mais o corpo do que a Deus.

Alguns conseguiram empregos em horários noturnos ocupando também os fins de semana e na folga era para descansar e também não tinham tempo para às coisas de Deus.

Sem contar os que se envolveram em relacionamentos antes do tempo (fornicação) sujando o nome do evangelho a placa da igreja e respectivamente o pastor.

O que me conforta é que eu plantei a Palavra e acredito que os frutos virão.

Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento. O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho. Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus. (1 Coríntios 3.6-9)

Por isso a pergunta: Quem fechou a igreja? 

Antes de responder veja sua condição pastoral, não responda pelo conhecimento teológico ou apenas teórico mesmo com base bíblica. Também não responda se você tem uma renda mensal fixa que não depende da igreja.

Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam ( João 1.11)
(Extraído do livro Sou Pastor e agora? – Lameck Galvão)
Qualquer semelhança é mera coincidência.

2 comentários:

  1. Santa Paz varão de Deus!
    Bom dia meu querido irmão e parceiro de caminhada no pastoreio e na Seara Santa – pastor Lameck Galvão.

    Quanto ao tema: “PASTOR NÃO FECHA IGREJA, O POVO FECHA A IGREJA” -
    gostaria de expressar minha opinião, sem pretensão de esgotar o assunto – mesmo “não sendo qualificado para o fazer”, segundo os critérios do nobre colega, posto que estou pastor – tenho minha esposa que trabalha e ajuda na renda familiar, recebo as côngruas pastorais, ou seja, “em parte eu dependo da Igreja” e, em parte não.

    Antes de tudo parabenizo o dileto colega por – como é do seu perfil – sem medo e destreza, abrir-se e expressar em palavras os dilemas e desafios, do que o irmão enfrentou na sua experiência pastoral, com o intuito de ajudar aqueles que virão, a abraçar o ministério pastoral, e/ou começaram e não querem cometer maiores equívocos.
    Ainda ouso afirmar, de início, que dificilmente o pastor Lameck haverá de – mesmo pensando – atentar contra a própria vida, aja vista que o irmão não guarda entulhos na alma que são os causadores e provocadores de tão nefasto mal entre nós.

    Como coloquei acima – “não sinto-me qualificado pelo irmão”. Na verdade nem sei onde me enquadro; mas, esforçar-me-ei para não fazer uso da teologia e/ou “usar teorias” – mesmo que com “base bíblicas” – conforme outro critério que o irmão pontuou.

    Conquanto, não deixarei de arriscar e pontuarei algumas considerações:

    1) Mesmo tendo a ajuda da minha esposa; sendo “remunerado pela igreja” – e, tendo um “salário fixo”, como é o caso de muitos colegas páreas de ministério – no que concerne ao tema proposto o dilema se assemelha ao do nobre colega; e, outros em situação similar. Com isso, prendendo afirmar que, também, posso falar com “certa autoridade” sobre o assunto em pauta. Por exemplo conheço colegas* que – mesmo ganhando “seu salário fixo” e, até, possuindo outra profissão – não “fechou a igreja”, mas, afundou a igreja e depenou-a, ao ponto dela perder o status de “Igreja” e voltar para o de “congregação”. Essa é a diferença [diria] entre os trabalhos de Igrejas, de perfis, INDEPENDENTES; e, os trabalhos de Igrejas TRADICIONAIS. As INDEPENDENTES fecham as portas – quando enfrentam problemas de crise moral e/ou de incompatibilidades internas; já as TRADICIONAIS recebem suportes para uma possível Revitalização –, pois, sua estrutura eclesiástica as permitem.

    2) “PASTOR NÃO FECHA IGREJA, O POVO FECHA A IGREJA”. Tenho dificuldade em concordar com essa afirmação, explico o porquê:

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  2. Cont.
    a) O pastor não fecha IGREJA; e nem o povo. Digo eu. Ou seja, ambos não têm esse poder – segundo Jesus. Não vou entrar no mérito, teológico, da questão – conforme prometi.
    b) Entendo, claramente, o sentido de FECHAR IGREJA no texto – é “igreja CNPJ” ou Instituição – essa tanto o pastor como o povo podem fechar. Exemplo de igrejas que “fecharam”: as Igrejas do Apocalipse.
    c) Contudo, a despeito das dificuldades elencadas pelo distinto irmão – durante os 9 anos de ministério – diria sem medo de errar que esta é [com pouquíssimas exceções] a realidade, esmagadora da maioria, das Comunidades Evangélicas na periferia das grandes cidades.
    d) Diria que – essa tem sido a minha luta, também, e a de muitos. Não ver o engajamento da maioria do povo como gostaríamos. E, quando o povo não quer nada com a igreja de alguma forma o erro está em quem? Nele ou em nós? Refiro-me “o povo” maioria. Ora, dificilmente, paramos para aceitar que o erro pode sim está em mim. Essa é uma questão bastante sensível e complexa – inclusive tema em uma das nossas reuniões do pastoreio zn.
    3) Finalmente, registo as palavras do Dr. e Pastor Sérgio Lira – dirigida aos pastores e líderes, em uma das Reuniões, da Rede de Pastores da Zona Norte/Natal-RN –, ano passado, na Igreja Batista Independente no Conjunto Santarém. Ele nos falou sobre o tema Revitalização da Igreja e depois de falar-nos muitas coisas – uma delas me marcou bastante. Ele nos disse que o pastor da Igreja Local é como um condutor/motorista de um ônibus que tem a responsabilidade de levar o ônibus/igreja a um destino certo – uma espécie de terminal. Só que durante o percurso muitos passageiros não vão querer ir até o final; e, por motivos vários, quererão descer antes do destino final. Cabe a nós condutores do ônibus/igreja falar que o destino ainda não chegou – mas, se o passageiro/membro quiser descer não temos como impedi-lo ... devemos parar, o ônibus, e deixa-lo descer. A viagem deve continuar sabendo que outros passageiros haverão de querer subir. Portanto, devemos estar atentos para vê-los acenar. Assim é – uns vão descer e outros vão subir – até que o Condutor Chefe nos ajude a levar o ônibus/igreja aonde Ele quiser.

    4) Louvo a Deus por tudo que Ele o fez experimentar – nesses anos de ministério – e, com essas experiências e alegria renovadas no Senhor – perseverar no Trabalho em Ceará-Mirim.

    Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente – Isaías 40: 6, 8;
    O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar – Mateus 24: 35.

    Sola Scriptura – Soli Gloria Deo.

    * Refiro-me à minha denominação.

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