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sábado, 8 de setembro de 2018

PASTORES SUICIDAS NÃO CONHECEM A BÍBLIA?

Esta foi uma pergunta que uma irmã com mais de vinte anos que frequenta igreja evangélica me fez: "Pastores que se suicidam não conhecem à bíblia sagrada?" Não é de se estranhar a pergunta, pois quando entrei no evangelho há trinta anos, se pregavam nos púlpitos que os homicidas não entrariam no reino dos céus, com base em apocalipse 22.15.

A palavra homicídio na maioria dos dicionários tem ligação com assassinato. Então cresci ouvindo e pregando que o suicida é o seu próprio assassino, não tendo que destruir o templo do Espírito Santo que é ele mesmo.

Mas e agora com tantos pastores se suicidando, e muita gente questionando sobre se o suicida vai para o céu ou inferno? O que responder? Deus sabe todas às coisas, não é resposta que o povo quer ouvir. Eu já postei aqui neste blog que nunca vi um familiar de crente ir para o inferno, ou seja, morrer sem Jesus. Sempre escuto dizendo que o ente querido passou a vida toda sem aceitar a Jesus, mas faltando alguns segundos mexeu a pontinha do dedo como sinal para dizer que queria ser crente e poucos instantes morreu.

Outras pessoas mais novas que quando criança pertencia à igreja e na sua juventude foi viver na criminalidade, até que alguém o matou. A família diz que foi Jesus que o tomou para não continuar pecando. Agora vá um de nós discordar de tais afirmações.

Voltando para o caso dos pastores e crentes que se suicidam, alguns afirmam que Sansão se suicidou, entretanto eu particularmente não acredito que ali foi um suicídio do tipo que estamos vendo atualmente, foi um ato de bravura onde o mesmo se vingou dos inimigos do povo de Deus.

O que eu respondi para a irmã que me questionou foi que mesmo conhecendo à bíblia, todos nós somos vítimas de desânimo, desprezo, angustias, depressão e outros males que afligem nossas vidas. Quanto a uma resposta da qual ela queria saber se o pastor iria para o céu ou para o inferno, realmente eu não afirmei nada, até porque, mesmo o pastor pedindo perdão por tal fraqueza, isso seria um pedido de perdão antecipado ou seja premeditado. 

Tipo assim: "Senhor, hoje vou me suicidar, devido a (citar o problema), cuida da minha família, da congregação, amigos, enfim."

O que me preocupa é que 90 por cento dos pastores, não se deram conta que os tempos são modernos, que existem outras traduções da bíblia sagrada mas próxima ao original, que não se envolvem com congressos onde o foco não é tratar assuntos que suas denominações defendem e sim congressos Cristocêntricos. Pastores que quando ouve que o amigo de um outro ministério fechou às portas de sua denominação, não perguntam o motivo para ajudar e sim para pegar os membros que lá pertenciam, outros que saem espalhando que o pastor abandonou às ovelhas, que não tinha chamada, mas que mesmo bem próximos nunca tiveram a iniciativa de se reunirem para mostrar a comunidade que estavam lá com o mesmo propósito. Isso é repugnante.

Conheço muitos ministérios falidos espiritualmente, mas com aparência de que estão vivos, pastores e seus cônjuges sofrendo calados, mas mostrando no exterior que tá tudo bem obrigado. Filhos de pastores que jamais desejam ser pastores e alguns deles muito menos crentes. Estes já estão mortos. Quando digo conheço, não é porque somente ouvi falar, mas também aconselho pastores, cônjuges e filhos, e muitas vezes um não sabe que temos tal diálogo.

Que Deus tenha misericórdia dos pastores que ainda estão de pé, que busquem estar unidos com outros pastores, que esqueçam um pouco sobre o título de pastor, bispo, apóstolo, para querer se achar como melhor que o outro, como se o simples fato de ter sido consagrado, já recebesse toda a sabedoria para ser melhor do que os membros e congregados que fazem parte da igreja. Já tive a oportunidade de ver um novo convertido mais cheio do Espírito Santo e de conhecimento bíblico do que eu mesmo, por qual motivo? O novo convertido tinha mais tempo de orar e ler a palavra, enquanto eu tinha que dividir meu tempo em trabalho secular, família e igreja. 

Muitos precisam reconhecer que o terno e gravata, a cadeira central do púlpito, o altar e demais itens que só os pastores tem acesso preferencial, não tem sensores que o capacitam para ser o melhor em sermões, em oração e o mais sábio entre todos.

Vamos dar às mãos pastores, procure uma reunião de pastoreio de pastores na sua cidade. Não que lá você vai encontrar a solução para os seus problemas, mas vai ouvir muitos pastores com a história parecida com a sua, e dai vai criar um circulo de amizades que vai gerar afinidades com alguns ao ponto de poder desabafar e ser mentoreado, como também vai poder mentorear alguém que está enfrentando algo que você já vivenciou.

O mês amarelo vai passar, mas devemos nos conscientizar que somos tão frágeis como qualquer ser humano na face da terra.

E você, o que responderia a pergunta que consta no título desta postagem?

Lameck Galvão
Pastor CEVC


segunda-feira, 3 de setembro de 2018

CASAMENTO, REGIME FECHADO, SEMI-ABERTO OU ABERTO?

QUE TIPO DE CASAMENTO É O SEU?
Espero que não seja nenhum destes, mas não é o que tenho ouvido nos meus 30 anos de cristão evangélico. Já realizei diversos casamentos e vi muitos indo aos tribunais de divórcios devido entenderem que estão cumprindo um regime do qual não desejam para si.

Mas porque isso acontece? Simples, Falta de planejamento desde o dia em que decidiram casar, também tem aqueles que só pensaram no lado sexual e ainda os que não conseguiram enfrentar às adversidades que muitas vezes  a maioria dos casais enfrentam tipo: Doenças, Desempregos, Perda de entes queridos, etc. Quando termina a famosa lua de mel percebem que não precisa sair correndo do trabalho para encontrar seu cônjuge, que não precisa sacrificar a uma partida de futebol com os amigos para estar com sua amada, que o cineminha ou praia com as amigas em nada vai alterar o humor do esposo. Pasmem! muitos pastores também enfrentam crises no seu casamento e muitos não se separam para não dar escândalo no meio em que vivem. Sabe o que acontece? Entram em depressão e até se suicidam com o objetivo de "abafar" o caso que algumas vezes não saiu da telinha do computador ou smartphone, conhecido como traição virtual.

Ouço em aconselhamento os cônjuges dizendo que não são felizes, mas mesmo assim preferem esperar em Deus a solução. Tento incutir em suas mentes que Deus está dando a oportunidade para se acertarem já que ainda estão debaixo do mesmo teto. A imagem seguinte mostra a situação como alguns apresentam a sua situação. Parece piada, mas tem um fundo de verdade.
O que vejo também é que não existe devocional no lar, oração, leitura da Bíblia Sagrada, louvor, adoração. Isso com base nas perguntas que faço. Como um casamento pode subsistir às adversidades do dia a dia sem essa sintonia entre o casal e o casal com Deus?

Então pra mim não existe modalidade prisional que seja comparada ao casamento, pois a Bíblia diz que já não somos dois, mas uma só carne.
"É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa." (Gn 2.24 ntlh)
 E como uma só carne devemos ter nossa individualidade dentro do mesmo propósito. Quando falo de individualidade me refiro ao que não trás insatisfação para o relacionamento do casal. Devemos procurar casais amigos que amem viver em família e dai podermos marcar vários eventos juntos. 

Já aconselhei casais que estavam insatisfeito devido a privacidade no uso do celular e que quando um dos cônjuges conseguia ver o celular do outro, o mesmo estava com senha. Isso gera desconfiança e com motivos. 

Enquanto o casal não entender o significado de ser duas pessoas em uma só, jamais vai conseguir se sentir realizado no relacionamento. Para quem pensa diferente, realmente vai ser uma prisão no mínimo na modalidade semiaberto, onde o preso sai para o trabalho e tem que voltar a noite para dormir em "casa".

Aos que gostam de futebol, a esposa deve conhecer o círculo de amizade do esposo. Digo isso porque geralmente são os homens que sentem mais "presos".  Existem também para às mulheres os encontros femininos, chás, células, entre outras atividades que mesmo sendo individuais, contribuem para o bem estar da família.

Infelizmente muitos pastores não estão preparados para tratar do assunto, já vi até escritores de livros da área de família que se hoje fosse escrever sobre o assunto o discurso seria outro, pois só veio perceber o que significa um casamento trincado, quando viu sua própria filha passando por um divórcio.

Acredito que ninguém casa com prazo de validade, casa com vontade de seguir o curso normal da vida, que é ver seus filhos e netos ao lado do seu cônjuge.

Se você está enfrentando algum problema de ordem sentimental no seu casamento, procure ajuda e se deixem ser ajudados, sigam os conselhos daquele que tem uma família saudável e que você tem intimidade. Deus continue abençoando seu relacionamento e lembre-se que a ideia de prisão são para os que casaram para ser feliz e não para fazer o seu cônjuge feliz.

Texto do livro: Casamento Trincado - Pr. Lameck Galvão (Lançamento em breve)