SINAIS DE UM
PASTOR QUE ESTÁ PERDENDO O RUMO
1) ELE IGNOROU A EVIDÊNCIA CLARA DE
PROBLEMAS
(...) Você diz a si mesmo
repetidamente que você não é o problema - elas são, mas não você.
E você diz a si mesmo que,
realmente, você não precisa de mudança; as pessoas e circunstâncias ao seu
redor é que precisam de mudanças (...)
(...) O que você esta fazendo,
mesmo que provavelmente não esteja consciente disso, é construindo argumentos
elaborados, aparentemente lógicos para a sua própria justiça (...)
2) ELE ESTAVA CEGO PARA OS PROBLEMAS DO SEU PRÓPRIO CORAÇÃO
(...) Quando outros o
questionavam ou confrontavam, sem saber que estava fazendo isso, ele ativava
seu advogado interior e gerava argumentos em sua própria defesa. Frequentemente
ele dizia para si mesmo que a pessoa que o confrontava não o conhecia bem
porque se o conhecesse, não o questionaria da maneira como estava fazendo (...)
3) FALTAVA DEVOÇÃO EM SEU MINISTÉRIO
(...) Seus aconselhamentos eram
mais voltados a solucionar problemas do que a incentivar pelo evangelho. E, no
caminho tudo começou a ficar seco e desagradável. Não havia mais vida. Tudo
deixou de ter ligação com adoração e se tornou uma série repetitiva de
responsabilidades pastorais.
(...) É a minha adoração que me
capacita a levar outros à adoração. É a minha percepção de carência que me leva
a pastorear carinhosamente aqueles que estão necessitados de graça. É a minha
alegria na minha identidade em Cristo que me leva a querer ajudar outras
pessoas a viverem no meio do que significa estar “em Cristo”.
4) ELE NÃO ESTAVA PREGANDO O EVANGELHO PARA SI MESMO
(...) Ele necessitava das reações
congratulatórias da sua igreja a sua pregação, porque isso o fazia se
sentir bem sobre o que ele estava fazendo.
(...) Ele tinha sua identidade vinculada demais as
suas opiniões e ideias e sentia que rejeição a elas era rejeição a ele próprio.
(...) Sua conversa intima consigo
mesmo era mais autodefesa, autocomiseração e mágoa de outras
pessoas do que um ensaio
libertador e motivador das glorias presentes do amor de Cristo.
5) ELE NÃO ESTAVA OUVINDO AS PESSOAS MAIS PRÓXIMAS
(...) Houve varias ocasiões em que um colega presbítero
ou um funcionário experiente o haviam abordado quanto a sua atitude ou sobre a forma
como ele havia falado com alguém (...)
(...) muitas vezes alguém havia
chegado a ele com preocupações sobre o seu casamento e o tempo que ele estava
ou não investindo nele ou sobre coisas que viram acontecer na vida de seus
filhos.
(...) Apesar de o meu amigo não
rejeitar publicamente, de fato ele não ouvia.
Devido a ele não ser aberto, ele
dizia a si mesmo que havia sido mal entendido ou que as coisas não estavam
realmente tão más;
6) SEU MINISTÉRIO TORNOU-SE PESADO
DEMAIS
(...) o seu ministério não e mais
alimentado pelo seu culto individual; você se sente mal-entendido pelas pessoas
ao seu redor; você se sente erroneamente criticado pelas pessoas do seu lar; você
acha que você e a sua liderança não são tratados com a estima que merecem; e você
esta cada vez mais vazio espiritualmente porque esta procurando vida espiritual
onde ela não pode ser encontrada.
Para quantos de nós o ministério não
é mais um ato de adoração?
Quantos de nós estamos
construindo um reino diferente do reino de Deus em nosso ministério?
Quantos de nós queremos escapar e
simplesmente não sabemos como?
7) ELE COMEÇOU A VIVER EM SILÊNCIO
Eu temerei como as pessoas
pensariam a meu respeito e reagiriam a mim se realmente soubessem o que esta
acontecendo em minha vida.
Não faço as confissões saudáveis
e regulares de conflitos aos meus colegas de ministério, não peço orações
sincera e humildemente por aspectos da minha vida que claramente precisam, e
sou muito cuidadoso em como respondo perguntas pessoais quando são dirigidas a
mim.
Eu estou tentando fazer o que
nenhum de nós é capaz de fazer - vencer espiritualmente sozinho.
O cristianismo autônomo nunca
funciona, porque nossa vida espiritual foi planejada por Deus para ser um
projeto comunitário.
8) ELE COMEÇOU A QUESTIONAR A SUA
VOCAÇÃO
(...) Veja, existem apenas dois
modos de explicar o colapso interno e externo do meu ministério. Ou estou
tentando fazer algo que eu não fui vocacionado para fazer, ou estou pensando e
fazendo coisas erradas no meio do ministério para o qual, claramente fui
chamado.
(...) Uma vez que você tenha fechado
os seus olhos para a evidência e parado de ouvir as vozes das outras pessoas, você
esta entregue a cegueira e a justiça própria do seu próprio coração ainda
pecaminoso. Isso torna muito difícil para você concluir que você é o problema. Não,
o que você concluirá é que o ministério ou coisas no seu ministério é que são os
problemas, e, portanto, o ministério e o que precisa ser tratado para que haja
alguma mudança.
9) ELE SE ENTREGOU A FANTASIAS DE UMA
VIDA DIFERENTE
Tudo isso o levou a uma esperança,
um sonho: sair. A princípio, ele se assustou em pensar tal coisa, mas não
conseguia parar. Ele se tornou cada vez mais a vontade com as fantasias de
fazer algo diferente, mas tinha medo de falar uma palavra sobre elas a qualquer
outra pessoa.
Em breve, porem, ele havia
apresentado o assunto a sua esposa, tentando sentir quão confortável ela
ficaria com a perspectiva de uma
vida do outro lado do ministério, e não demorou muito para que ele pensasse em
dizer ao grupo da liderança que ele queria sair. Foi uma semana ruim, que
trouxe tudo a tona de uma maneira mais perturbadora do que ele havia previsto.
Palavras finais do autor, em
relação a este capítulo:
Eu queria poder dizer que vi essa
dinâmica operando somente no coração deste homem em particular, mas,
infelizmente não posso. Eu tenho ouvido essas historias varias vezes.
Extraído do livro: Vocação
Perigosa / Paul Tripp /2012